Eu tava pensando sobre a intensidade dos sentimentos.
Encontramos com pessoas todos os dias, criamos relações casuais ou duradouras,
e apesar de existir trocas, tudo é individual. O jeito que você se relaciona, o
que você sente, o que você entrega, só você que sabe. Independente se você
conversa todo dia, se troca figurinhas, se pergunta se tá tudo bem ou não.
O seu interesse é individual, por mais que o outro corresponda,
a gente nunca vai saber se o que você dá é o mesmo que você recebe, mas esse
texto não é pra ficar parecendo que é pra criar vínculo querendo algo em
troca, mas pra dizer que ninguém pode medir a sua intensidade e só você é
responsável por aquilo que entrega.
E isso é paradoxal, já que toda ação gera uma reação. Eu não
vou dizer que amo se a pessoa não me inspirar amor, não vou querer estar perto,
se não me sentir bem e confortável, não vou me preocupar, se não me sentir
responsável pelo que o outro sente. Outro ponto paradoxal, eu me entrego, amo,
me sinto responsável, tudo isso é individual, eu que escolho e depois isso passa a ser
coletivo.
Não tem como, se uma relação der errado, depositamos muitas
vezes a culpa no outro, mas se escolhemos nos envolver e estar inteiros em uma
relação, esse é o risco que se corre, não tem a quem culpar, é esse o preço que
se paga por estar vivo e ter que conviver em sociedade, se apaixonar, fazer
amigos, se encontrar em meio ao caos e tentar sobreviver.