segunda-feira, 1 de maio de 2017

apego

A gente é doido. Eu mesma, sou totally crazy. Fico tentando me apegar a novos gostos pra esquecer passados, ouço música pra tentar aprender inglês, mas errando cada pedacinho. Caminho em zig zag até hoje e quando fico nervosa me remexo toda, braço, perna, cabeça descoordenados e nem sei o que eu falo. Por isso a gente tenta se apegar a coisas que nos façam acreditar que existem possibilidades, que podemos fazer alguma coisa enquanto vivos, podemos modificar alguma realidade, ajudar pessoas, seja com palavras de afeto ou mesmo um abraço (que ajuda pra caralho).
Procuramos o sentido da existência inevitavelmente, talvez a existência não tenha sentido, talvez estejamos aqui só pra passear e fazer alguns amigos, sorrir pra desconhecidos, assistir a algumas séries, se apaixonar, sofrer por amor, comer porcaria, ficar bêbados, ficar chapados, jogar na loteria. Tiros no escuro. A existência é um mistério e cada um tenta fazer as verdades funcionarem pra si. Nada é tão interessante quanto buscar o eu perdido dentro da gente, ouvir nossa própria voz e ter certeza que o infinito é nosso, que as verdades que a gente cria funcionam pra gente, que as possibilidades podem ser enormes e ao mesmo tempo nulas, pois vivemos um paradoxo que não tem como entender. Somos matéria, sangue vivo, voz abafada, sentimentos velados, sorrisos de canto e choro segurado. Precisamos de algo em que nos apegar, porque a vida é uma passagem, se não fosse pra tentar ser feliz ou tentar criar algo que seja importante, ou mesmo ser importante pra alguém, a gente não estaria aqui.

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