As pessoas não tem interesse nas
coisas, principalmente os adolescentes. Tudo bem que a internet é recente, ok,
dá pra entender, mas são tantos os meios de pesquisar as coisas, de tentar
entender o mundo, que eu fico muito irritada quando eu vejo pessoas sem o
mínimo de interesse em saber o que está acontecendo ao redor delas. Guerras,
destruição, políticos sendo desmascarados, mas a galera só quer saber de tênis
branco e Counter Strike.
Puta que me pariu (mami, sem
ofensa), tá normal namorar todos os migos da escola com 13 anos, tá normal
engravidar duas meninas, assim como tá normal chegar em casa bêbado depois de
uma noite loucona com os migos aos 13 anos, por que ao invés de chegar pra
ajudar a resolver a equação de Bháskara, a era “vem de zap” tá chamando pra
fazer batida de catuaba, tudo isso aos 14 anos recém completados.
Adolescente gosta de viver
perigosamente, se sentir o pica do rolê e o caralho, a internet deveria servir
pra informar que o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes compromete o
sistema nervoso central e que as pessoas que começam a beber antes dos 15 tem
mais facilidade de desenvolver dependência química futuramente e ainda pensando
na vida adulta, o uso de álcool na adolescência é associado ao maior consumo e
abuso de outras drogas.
Sair de casa, morar longe dos
pais sempre foi o divisor de águas entre a infância e maioridade, porque a
partir dali é que se ia aprender a se virar sozinho, a fazer uma comida, a lavar
a própria roupa, enfrentar desafios básicos de convivência – conhecer novas
pessoas – e tentar se relacionar de uma forma que a existência não seja apenas
mais uma interrogação.
Eu precisei, mas não é todo mundo
que precisa, tem gente que já vai crescendo com aquela maturidade like Maisa,
que se diferencia no meio da multidão e tem noção do que veio fazer no mundo,
eu não tinha (nem sei se ainda tenho), mas meu ponto é: eu fico intrigada com a
falta de interesse das pessoas em descobrir, entender, aprender, inovar.
Poderíamos estar mais atentos às
mudanças climáticas, dar aquela respeitada no meio ambiente, tratar bem nossos
pais, comer mais verduras, dar umas voltinhas de bicicleta, sair da zona de
conforto, parar de querer ser igual, fazer o que os outros fazem só pra se
incluir na rodinha, é mais difícil ser diferente, eu sei, mas é tão bom sair da
bolha e tentar coisas novas, traz uma sensação de liberdade, recomendo.
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