sábado, 15 de abril de 2017

avesso

As possibilidades de enxergar o outro são inúmeras, mas o outro é, antes da minha percepção, alguém que se intitula, se rotula e eu não tenho nada com isso. A minha visão do “quem é você” não interfere na sua vida nem na vida de ninguém que eu, por ventura, queira classificar.
O que você faz ou o que deixa de fazer só interfere na vida do outro se você resolver que vai extrapolar os limites da liberdade. Você se isenta de críticas quando não toma partido, mas o que seria de você sem tomar parte de alguma coisa? O que você faz? O que você é se não tem algo em que acreditar?
Não é preciso ter opiniões formadas, mas é preciso ter no que acreditar, mas nenhuma dessas questões envolve o “ter que intervir na vida, opção, intelecto, alternativa (...) de alguém”. Nada é verdade se isso for observado a partir de um único ponto de vista. Ninguém é uma única coisa. Ninguém sabe de tudo.

 As pessoas têm que deixar de cavar raso e meter a broca nas aparências. Ir fundo, perceber (do infinitivo latino percipere, que significa “apreender pelos sentidos") que tudo é uma questão de sensibilidade. Todas as coisas são o que são. Mas as pessoas não. As pessoas estão. E isso muda todo o contexto, todos os rótulos, todas as premissas e todas as verdades.

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