quarta-feira, 12 de abril de 2017

tudo doido de novo

Estamos sempre querendo expor nossas fraquezas, mesmo que inconscientemente, queremos aquele abraço despretensioso que anula qualquer incerteza, aquela ajudinha pra sair do fundo do poço, queremos colo, não julgamentos.
Expressar a fraqueza não quer dizer que não somos fortes, mas que podemos andar devagar segurados por muletas, porque não dá pra aguentar tudo o tempo todo, a gente tem o direito de ficar triste quando não vê nenhuma luz no fim do túnel. E quando colocamos isso pra fora, a gente não quer ouvir "eu também tô assim", mas "calma, isso vai passar, você vai ver!".
Por mais que a gente saiba que vai passar ainda é difícil ser sóbrio e maduro o suficiente. O país em crise, a gente sem emprego, sem esperança de que tudo o que a gente sonha vai se realizar, porque não dá pra enxergar esperança, ta tudo muito nublado, e não tem ninguém com uma solução imediata que nos faça sentir que "agora vai", é tudo incerto e se a gente não confiar nos incentivos e na máxima de que as coisas sempre dão certo no final, fica difícil achar um sentido na existência.
Porque a gente quer ser alguém na vida, independentes, donos dos nossos destinos, quitadores das nossas próprias dívidas.

É muito difícil ter 20 e tantos anos e não conseguir ter nada além de um diploma (que também não serve pra nada) e algumas ideias e sonhos e esperanças de que tudo vai dar certo.

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